segunda-feira, 27 de abril de 2015

Pela Costa Vicentina II

Zambujeira do Mar
Começamos o nosso segundo dia de exploração da Costa Vicentina na Zambujeira do Mar, onde pernoitámos. Gosto muito da Zambujeira, já por lá andei várias vezes, é uma vila muito simpática debruçada sobre uma praia esplêndida! É uma praia boa para famílias com crianças, tem bons acessos e a praia é protegida por formações rochosas que quebram o ímpeto do mar e a tornam bastante segura.
Nessa manhã clara de começo de primavera, o ar estava muito limpo e fresco e o azul era tão brilhante que nos enchia os olhos de água. Afastamo-nos da Zambujeira do Mar pela estrada da costa, debruada de mimosas amarelas.

Ninhos de cegonhas no Cabo Sardão
A próxima paragem é o Cabo Sardão, um dos sítios mais extraordinários daquela costa. Havia vários grupos de turistas, extasiados, de máquina fotográfica em punho. Quando chegámos, uma delas veio chamar-nos a atenção para os ninhos de cegonhas, alcandorados nos penhascos mais inacessíveis junto ao mar. E exclamava "Amazing! Wonderful!" Maravilhoso, mesmo!
Para norte do Cabo Sardão, a costa muda, torna-se menos escarpada e as praias tornam-se mais acessíveis, como a praia de Almograve.

Praia de Almograve
Vila Nova de Milfontes é uma espécie de princesa do litoral alentejano. É a vila mais turística, com muita oferta hoteleira e de restauração. No entanto, e apesar da pressão do turismo de massas, ainda preserva muitos recantos pitorescos. A foz do rio Mira abre uma baía extensa, com várias praias agradáveis, tanto para norte como para sul. 

Vila Nova de Milfontes
Seguimos para Porto Covo, com paragem na Ilha do Pessegueiro. É um local muito interessante, cheio de histórias e mistérios. Perto do forte seiscentista que guarda a costa, olho para a ilha e imagino o mar a bater no pequeno forte que ainda lá está, em ruínas, e quase oiço os tiros que se cruzavam enquanto os navios atacantes se escondiam atrás das suas rochas. Parece que houve um projeto para construir um molhe que ligasse a ilha à costa, mas a fúria do mar de inverno frustrou o projeto.

Ilha do Pessegueiro
Continuando para norte, a paisagem da costa volta a mudar. O mar penetra na terra, em lagoas e línguas de mar. As margens são baixas, arenosas. A vegetação é mais esparsa, há pinheiros e mimosas. As praias reveem-se nas lagoas, da Sancha, de Santo André, de Melides.

Lagoa de Santo André
Tinhamos decidido subir toda a costa e, portanto, resolvemos rolar até à ponta de Tróia. Uma paragem na marina sabe sempre bem e é uma maneira simpática e gradual de regressar a um ambiente urbano e cosmopolita. A partir daí, fomos apanhar o ferry-boat. Sou uma apaixonada por viagens de barco e, embora seja um percurso pequeno, a minha paixão consola-se com a passagem do estuário do Sado. As motas têm prioridade, não há filas de espera, só o vento fresco na face e o sol morno do fim da tarde.

Marina de Tróia
Antes de terminar este roteiro pela costa vicentina, e porque a cultura dos sítios também passa pelo que se come, aqui ficam as anotações gastronómicas:
- Almoço de sábado no Restaurante A Casinha, em Sagres, onde comemos uns ovos com farinheira e um arroz de polvo de comer e chorar por mais.
- Jantar de sábado foi uma coisinha leve, uma feijoada de búzios num dos restaurantes da Zambujeira do Mar, junto da praia.
- Almoço de domingo foram só petiscos, numa esplanada frente à Lagoa de Santo André, rematados por uma bifana.
- Jantar de domingo em Setúbal, no Restaurante Baluarte. Choco frito, pois claro...


No ferry-boat
Peço desculpa pela falta de qualidade das fotografias, de que os sítios não têm qualquer responsabilidade. Só pretendem dar uma pálida ideia da beleza selvagem desta costa.



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