quarta-feira, 27 de maio de 2015

À descoberta da Sicília IV - As pequenas cidades da costa tirrénica



Um dos fortes arruinados de Scopello

Toda a costa norte da Sicília, banhada pelo Mar Tirreno, é digna de visita. Para leste, tal como para oeste de Palermo, abre-se uma costa belíssima, pontuada de pequenas cidades encantadoras. Hoje, muitas dessas zonas são estâncias balneares muito frequentadas mas, como tivemos a sorte de não as visitar no verão, não aguentamos as multidões de turistas e pudemos passear à vontade e apreciar a beleza das paisagens.
Não podendo escrever sobre todas elas, este post é o resultado de uma seleção que, podendo não ser a melhor, é a minha.


Castellamare no seu golfo


O porto de Castellamare del Golfo

Para ocidente de Palermo, abre-se o Golfo di Castellamare, delimitado pelo Capo Rama e pelo Capo S. Vito. Combina a praia com a montanha, como é comum na paisagem siciliana. Os rochedos e as velhas torres de Scopello vigiam a baía. E, aninhada entre os farilhões de Scopello e a grande praia de areia fina, a pequena cidade de Castellamare del Golfo. Começou por ser um porto da vizinha cidade de Segesta, na época romana, e ainda hoje tem uma marina repleta de pequenas embarcações de pesca e de lazer. As casas amontoam-se junto do porto e da pequena fortaleza que avança sobre o mar. Na rua marginal, há muitos restaurantes. Aí comemos a especialidade da região, o couscous de peixe, regado com um belo vinho da região, Foi um belo jantar, num restaurante sobre o cais, nesse pequeno porto antigo e encantador.


O teatro de Segesta

Segesta fica perto e merece uma visita. Era uma antiga cidade grega, rival de Siracusa, aliada de Roma nas Guerras Púnicas. Desses tempos, sobram partes da ágora, um teatro, virado para o golfo di Castellamare, e um templo dórico. O templo é a primeira coisa que se vê da cidade e, quando surge numa curva da estrada, com a sua pedra dourada recortada contra a pedra escura do Monte Kronos, é uma visão de cortar a respiração!


O templo dórico


Outra perspetiva do teatro de Segesta

Para leste de Palermo, até ao estreito de Messina, estende-se a chamada costa jónica. De paragem obrigatória é Cefalù, cidade que também remonta aos templos gregos. Encostada a um enorme rochedo, que domina a cidade, é hoje uma conhecida estância balnear, com um emaranhado de ruas pitorescas e muitas lojas para turistas. As casas avançam sobre o mar, formando quase uma fortaleza ribeirinha onde, regularmente, um arco garante passagem entre o mar e as ruas interiores.

Cefalù vista da marginal


O arco liga as ruas à zona ribeirinha

Cefalù conheceu o seu período de maior esplendor durante a época normanda, da qual data a sua catedral, imediatamente reconhecível pelas duas grandes torres que a flanqueiam. Conta a história que o rei Ruggero II a mandou construir como cumprimento de um voto feito no mar, durante uma tempestade. Com a Capela Palatina e o complexo monástico de Monreale, a Catedral de Cefalù constitui uma das maiores imponentes marcas da herança normanda. Visível de toda a cidade, das esplanadas, da praia, das ruas cheias de turistas, a catedral é uma afirmação do que é perene na passagem do tempo.


Uma rua em Cefalù

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