segunda-feira, 1 de junho de 2015

À Descoberta da Sicília V - O Vale dos Templos

O Templo de Juno, no Vale dos Templos

Na costa sul da Sicília, o Vale dos Templos constitui o testemunho mais poderoso e eloquente da civilização grega na ilha. Não posso deixar de o visitar, e seguimos para sul, entre paisagens sempre mutáveis, mas sempre belas! Sucedem-se pastagens e bosques de castanheiros, campos de cereais e vinhas, sempre acompanhados pelos montes, onde se equilibram os povoados, lá no alto!


As cidades equilibradas no cimo dos montes

A nossa primeira paragem é numa dessas cidadezinhas, mais precisamente Corleone, a terra de origem do grande capo Don Vito Corleone. Inventado por Mario Puzo, o Padrinho imortalizado por Marlon Brando tornou-se tão famoso que esperariamos quase encontrá-lo pelas ruas da cidade. Não o encontrámos por lá, nem nada que recorde a Mafia, embora eu esperasse umas lojas de souvenirs na praça principal, com T-shirts ou aventais ostentando caricaturas de mafiosos... Mas não há nada, até parece estranho...


A pequena cidade de Corleone

Descendo para a costa, junto da cidade de Agrigento, encontra-se o que resta da esplendorosa cidade de Akragas, no denominado Parque Arqueológico e Paisagístico do Vale dos Templos. O que resta da cidade permite-nos perceber que era uma cidade enorme, uma potência marítima, que dominava as rotas mediterrânicas. Incendiada pelos cartagineses em 406 a.C., foi depois reconstruída pelos romanos, mas acabou por ceder aos terramotos e a posteriores invasões.


O que resta do Templo de Hércules 

Ainda existem vestígios de numerosos templos, assim como de outras estruturas da cidade, como o Buleuterion, o Ginásio, ou as duas ágoras. O espaço que todas estas estruturas ocupam diz-nos da grandeza da cidade.


Placa colocada no Ano Internacional da Cultura da Paz e da Não-Violência

O Templo da Concórdia data do século V a.C. e é o mais bem conservado. Com as suas colunas dóricas e as suas proporções harmoniosas, faz lembrar o Partenon ateniense, demonstrando a coerência das propostas estéticas gregas. É de uma beleza e de uma imponência difíceis de descrever.


Junto ao Templo da Concórdia

Mas o templo que mais me impressionou foi o de Zeus Olímpico. Com os seus mais de 100 metros de comprimento, devia ser uma obra esmagadora, construída para agradecer o apoio dos deuses à vitória grega contra os seus inimigos cartagineses. Hoje, já pouco sobra do templo. Mas, no chão, junto ao local do templo, está ainda caído por terra um colosso, um gigante, dos que suportavam, como colunas, a arquitrave do templo. O seu tamanho apenas nos permite imaginar a imponência do templo que suportava.


O Colosso caído, do Templo de Zeus Olímpico

O sol do fim da tarde já dourava os últimos templos quando consegui sair do Vale dos Templos e deste mergulho no tempo, até há vinte e cinco séculos atrás.


O Templo da Concórdia

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